sábado, 25 de fevereiro de 2012

Já abri e fechei o meu livro de história de momentos para lá do infinito, beijos intensos e profundos que nem as paredes se lembram de os ver. Criei uma dezena de cúmplices numa história da guerra, mais do que nossa, passando a limpo os erros que dei entre linhas. O meu livro encheu-se de cenas, capítulos atrás de capítulos, desperdicei tempo que preferia ter guardado pelo interior da minha roupa e mantê-los bem juntos. Já saí de lugares fora de tempo, outras vezes não cheguei lá na hora certa. Fui criança o suficiente para fazer rir quando era preciso, mas desci tanto em atitudes que nem por vezes acreditei que ainda não cresci o suficiente. Quando bati com a cabeça lá no alto e vi que deixei cair tudo entre mãos, percebi que agora já subi tanto que tenho medo da queda, preferi permanecer. E quando fico no mesmo lugar sinto uma enorme vontade de apanhar o balão de ar e voar por cima de todo o desenho que criei. Tento colorir todos os corações com a minha cor própria, deixo os grafismos de lado, simplificar é mais fantástico do que parece. Gosto do brilho da folha em branco e completá-lo com o teu nome, porque por mais pequeno que fosse, nunca caberia em algo tão insignificante ao teu lado. Fosses tu quem fosses, o que eu sinto por ti é gigantesco e faças tu o que fizeres, continuas a passear na minha mente e a deixar a tua pegada. Posso enquanto choro querer limpar-te de mim, mas perco a respiração quando sei que ao querer fazê-lo tu vais desaparecer. Sabes quantas vezes já rasguei páginas nossas? Sabes quantas vezes queimei tudo o que me fazia lembrar de ti?

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